quinta-feira, 28 de junho de 2007

Vagão

Passa boi, passa boiada, passa trem, passa estação, passa amor e desilusão,
Mas não passa a minha tendência a ilusão.

Aqui estou preso nas minhas recordações.
Penso que vejo, mas o que vejo já não é.
Por que o que passou, passou e é natural não ser mais.

Estou olhando o que passou, deixei de ver o que é.

Vichiii! Passou de novo...

Eita! Tendência à confusão, estar de corpo presente e mente ausente e coração, hummmmm esse nem sei não.
Por que complico o que de natureza é princípio?

Ajuda-me Caeiro, pois estou vendo os mistérios e não as cousas.
Agora danou-se, transformando poeta em santo.

Vaiii mente, passa, vai recordação.
Quero ficar aqui, só eu e a estação.


quarta-feira, 27 de junho de 2007

Sorriso sem nome


Chora menino que teu berço é frio e tuas mantas são as estrelas, isso quando elas aparecem.
Cheira a tua cola, essa mamadeira que o acalenta de um leite que te tiraram tão cedo.
Cuspida à distância é a sua brincadeira mais próxima de uma infância que não vê.
Este pega-pega, pega pulseira, pega carteira, pega comida, essa é a brincadeira da vida. Um pique-esconde, onde esconder é necessário para sobreviver.

Olha a polícia! Pega ladrãoo! Pá, Pá, Pá!

Eh! Brincadeira gostosa, quando nossas armas eram de madeiras, mas aqui não, bala é veneno e não doce.
Oh menino, o menor, o moleque, o maior, o pirralho, tantos nomes e nenhum sobrenome.
Vejo nos seus olhos e lembro de um outro menino há muito tempo atrás, brincando com seu estilingue e colhendo as melhores pedras, para as latas empilhadas derrubar, vejo que você também gosta de pedras e você nem escolhe, serve qualquer uma.

PEDRA, CACHIMBO E FUMAÇA.

Oh menino como queria te chamar por um nome.
Corre, corre, corre. Como a inocência é ágil quando se é criança, é tão fácil brincar.

VAI, VAI, CORRE!

Por favor menino, pega carona na calda do vento, faça o seu melhor pique-esconde, pois a brincadeira agora é vivo ou morto.
Vai menino sem nome, sem teto, sem berço, corre, pois o destino é certo.
Ai, meu Deus! Não menino, não pára, não é estátua é corre cotia na casa da vida, é corre cipó com cassetete na mão, o lencinho branco é você que não pode cair no chão, moça bonita é a bala no coração.
Não menino, não pára, não pára. NÃO PAA!


Pode jogar? Pode, ninguém vai olhar? Não.

fonte foto:http://www.flickr.com/photos/alexleitte/399229147/

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Selva de Pedra.


Ilumina a ti e tuas virtudes
Desmorone em tua escuridão.
E renasça na imensidão.

Beleza escondida por de trás
De rostos pálidos e corações encapuzados.
Pelo ritmo que te acerca.

Sinto teu fervor dentro de minhas artérias.
Comunicação de vida e morte a cada segundo.

Respiro a ti e te devolvo purezas e impurezas, emoções, histórias, amores e desilusões, no cinza eterno de outono.


foto:http://www.flickr.com/photos/felipeb/355293353/

domingo, 24 de junho de 2007

Bela é uma palavra...


Bela é uma palavra.

Onde um traço se forma no espaço.

Pintura viva, obra-prima de um artista
Que esculpe emoções no olhar da platéia.

Onde o sorriso toca meu coração e um
Simples gesto me leva para um outro estado.

Tudo fácil, simples e belo, como a união
Que se manifesta a minha frente.

Conexão entre forma, leveza e desejo.

Dança, apenas uma palavra.

Bela é uma palavra.
fonte da foto: www.interarteonline.com/Ceciclia_Rangel/altas...

sábado, 23 de junho de 2007

Apenas saber olhar...


O amanhecer enaltece a sua fúria, beleza que não compreendo. Doçura escondida por trás de um veú; seda magnífica e bela, obscura e sensível ao toque.

Tempo, o antídoto e processo da sua transformação, como a fênix que extrai da cinza o seu mais belo vôo.

Saber te decifrar, meu martírio e espinho.
Perco e me prendo em seus labirintos, pois como homem sou indefeso aos erros, perante um mundo que não conheço.

O segredo de Pandora está em observar e admirar e não abrir sua caixa; ato devasso, espelho de desgraças.

Sim... Observar e aceitar, como és divína e linda quando consigo te olhar.


fonte foto:www.southbeach-usa.com/.../images/tantra.jpg