quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Poesia



Se não fosse ela... O hospício seria meu endereço certo.
Nem a espiritual fé, nem o racional da lógica, nem nada.
Apenas nela eu confio e me guio.
Mas, quando digo "ela" me refiro a sua essência e não aquela falada da boca para fora.
Essa é apenas um pequeno instrumento e nada mais, qualquer um pode usa-la e depois ser "depois".
A outra estrutura um caráter, estrutura um "ser".
A outra é maior que o mundo, a outra é mais antiga que o mundo, a outra é além da fala, da palavra, da compreensão ou do entendimento.
Pior! Tentar compreende-la, já é um sinal claro que não está mais no caminho, tomou outro rumo...
O nome não mudará, mas ela?
Já não estará.

terça-feira, 27 de outubro de 2015



Eram apenas olhos.
Não. Eram olhos perdidos dentro de um olhar.
Longe e tão perto o seu mundo aproximava-se de mim.
Eu ali com meu ofício de atuar e de repente de assalto sou roubado, viajo...
E no meio estrada, conheço uma linda mulher de olhos castanhos escuros.
De imediato travamos uma conversa, ela me conta sobre um passado; lembranças de um poeta.
Ela o olhava, debruçada sobre sua pequena cadeira de escola.
Enquanto ele o poeta, contava a historia de um menino que não queria perder o seu olhar...
Sem terminar a nossa prosa, sem ao menos me contar o final do poema, aquela linda mulher continuou o seu caminho, lá no futuro, (talvez).
Quando percebi a estrada já tinha sumido e eu estava de volta em meu ofício; falando poesias para um grupo de crianças.
Foi ai que percebi...
Uma linda "menina" de olhos castanhos escuros, me espiando do fundo da sala.
Não. Me olhando.
E naquele exato momento, fixado em seus olhos, percebo...
Eu sei, o final do poema.