terça-feira, 11 de setembro de 2007

QUÍMICA


Preparo o espaço como um ritual único e sincero.
Tudo se faz importante: o ar, a luz, o som, tudo tem que exalar poesia.
Harmonia como acordes de uma música, onde as notas brincam e acasalam-se em fusão vibratória que penetra meus ouvidos e eroticamente acorda meu corpo.
A espera faz parte desse conto de prazer, onde viajo com as sensações que a de acontecer.
Sua silhueta me diz a história que contaremos.
Com curvas, pele, rios, desejos, suspiros e sorrisos.
Quanto mais te olho, mais te desejo, um desejo sem posse. Mas o desejo de prolongar essa magia que se faz, quando te conheço por dentro.
Agora não tem mais volta, o espetáculo começou.
Uma peça de atos indefinidos. Um balé, cujos movimentos lentos, enlaçados me fazem não pensar.
Somos um, dois, milhões de corpos, células gritando, aclamando esse sublime acontecimento.
Dignos de um deus e uma deusa. Sentimos todo poder da vida, a natureza nos assiste e nos aplaude.
Protagonizamos o mais belo, onde nada mais existe e tudo acontece.
E como um quadro vivo, desenhos e formas riscam o ar, cuja atmosfera já é quente, pois o sangue ferve e os poros exalam o resultado dessa experiência química.
Tudo é vibração, palavras, gemidos, sorrisos, silêncio.
Grito por dentro como um vulcão e por fora danço, uma dança que não tem nome.
Deixamos de pensar, deixamos de querer, deixamos de julgar, deixamos de ser...