sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Aquela pequena subiu em minha cama, bagunçou os meus lençóis e molhou o meu travesseiro.
Sentiu-se dona desse meu reino.
Assumiu o trono vazio e esculpiu sua coroa vermelha com batom e perfume.
Essa pequena menina trazia a sábia  essência das  mulheres da sua tribo.
Sabia conduzir ás coisas com uma natural magia.
O tempo ficou de joelhos, simbolizando a sua reverência e respeito aos seus caprichos.
E eu? De pálpebras abertas e coração destrancado, sentia na pele cada respiração dela, com todas as suas nuances de ritmos e compassos.
E nossos mundos se uniam e co-criavam justamente naquele não-lugar, naquele não-espaço, no sutil momento que o tempo saia para dar uma volta aos pedidos dela.
Coisas de magia.
Coisas daquela tribo que eu já conhecia e tinha visitado quando pequeno, mas que jamais imaginaria que agora, como adulto, como seres grandes, nos reencontraríamos.
Coisas de sonho
Coisas de tribo.
Coisas daquela pequena.
Pequenas magias.