quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Um poço que não existe


A vida que pulsa em mim embaraça nas minhas entranhas. Meu suspiro é um vômito de apelo.
A vida que pulsa em mim se confunde com os meus sonhos.
Acordar já não é mais natural e sim necessário.
Os pensamentos me levam para direções às quais não posso voltar.
Na minha cabeça, um duelo infinito de vontades e desejos, dos quais não tenho coragem de solta-los.
Ser prisioneiro de si é a pior coisa que um homem pode sentir.
As escolhas são diversas, a alma é cortada com uma navalha de medo.
Meu único amigo, o silêncio. Minha esperança, a morte, a morte de minha covardia.
A vida me chama, mas entre nós: o precipício.

Qual é a verdadeira liberdade de um homem?

Quero me ver por dentro, mergulhar nesse buraco de emoções e não voltar, viver submerso em mim mesmo. E quando eu cansar das profundezas de um ser desmascarado, quero saltar o mais alto possível, onde nem mesmo o meu grito me alcance.

Até quando uma dor pode libertar um homem, se ela própria é a materialização da ilusão?

Até quando um homem é livre, se ele mesmo é a materialização da ilusão?

Até onde eu me identifico com tudo isso, se tudo isso não existe?