De manhã quando ela acorda faz do seu dia um arco.
Colorido, lento, gasto pelo tempo.
Enverga em seu peito um sofrimento.
Esse espaço que vacila no vazio.
O amor que tanto deu e que agora só golpeia
Torna-se o alvo da flecha amada.
Mesmo assim no final da tarde sacode a poeira do cansaço.
Limpa a sujeira da ingratidão.
E guarda em uma sacola bonita.
Deixando atrás da porta, para quem sabe um dia, quando partir
Seus queridos voltem ali.
E leiam suas palavras esquecidas.
De noite, bem de noitinha, lá nos seus sonhos.
Ela abre a sacola amarrada com fitinhas coloridas e retira dela, suas
historias bem definidas.
Nestas, ela volta a ser menina, mulher, volta a ser vista.
Nas histórias de sua sacola ela é sempre cuidada, sempre querida.
Sempre amada.
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