domingo, 15 de julho de 2007

Verdade de um semáforo


O menino sentado no colo da mulher que é mãe-senhora, sentada no colo da árvore que amamenta sua cria, sua vida.
Cena bonita e poética a não ser pelo próximo momento.

Mão estendida pedindo perdão: por favor, uma esmola, pois trabalho não tenho não.
Minha dignidade é a minha cara lavada com as oportunidades que foram fechadas.

Peço porque tenho medo.

Peço porque tenho ventre.

Peço porque alimento.

Peço um pouco de respeito, pois o meu perco um pouco a cada não, a cada tombo, a cada romco de um estômago em depressão.
As escolhas talvez me foram apresentadas, mas nem na minha escola e nem na minha casa me foram dados os óculos para enxergá-las.

- É minha senhora, agora tens um filho para ensiná-lo o que a você nunca foi dito.
O que te sobras é essa coragem, mulher; produto escasso no mercado.
Pena que não possa vender para comprar o seu pão, o seu leite, o teto. Seu direito de mãe, mulher, amante, seu direito de ter RG.

REGISTRO DE GENTE.

Gente; quanto respeito ausente com um ser que é nosso parente!
A diferença está na mente dos que mentem dizendo que são diferentes.
Tantas esmolas sendo dadas e o respeito que é bom

Naaadaaaa.

Na piscina da omissão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sensível.