sábado, 29 de setembro de 2012

Sótão.

Não estou muito afim de tudo.
Quero que a vontade cambaleie no ócio.
Danço esses questionamentos embalado por um jazz.
Essa espera é uma tia chata no sótão que não para de cantar Macarena.
Encontro quartos bonitos, mas todos ocupados.
Disseram que uma das portas está a minha espera... Disseram.
Mas essa tia do sótão não para de cantar.
Pelo menos não está dançando aqui perante aos meus olhos.
Esses que em momentos fazem -se a extensão dos meus braços.
Eu poderia meter os pés em um desses quartos, eu poderia.
Mas isso não é mais o meu gênero, pelo menos não agora.
Não preciso dessa violência primitiva, há tempos que optei pelo sutil e gostei dele.
Vou conviver com essa tia por mais algum tempo.
Esse é o preço que cobram. Não pagarei jogando milhos aos porcos.
Prefiro que os porcos se joguem ao milho, assim por livre e espontânea vontade.
A noite é fria, mas o sangue ainda, ainda é quente.
Vou continuar esperando para quando os meus braços voltarem a ser meus braços.
E meus olhos apenas meus olhos...
E esses foram os pensamentos dela, naquela noite de gosto de dama, quando saia vestida de ocasiões.
Ela ainda está andando pela rua de desencontros e olhando as faixas em seu corpo, por onde alguns pedestres passaram.
Em algum momento a musica do sótão vai parar.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Apenas uma xícara de café... E mais algumas palavras.

Hoje estou cambaleando.
Ando no meio fio a procura de equilíbrio.
Mas acho que em nossa ultima briga, ele resolveu dar um tempo mais longo.
As cotas de disfarces estão pequenas.
Não sei por quanto tempo elas irão existir e nem sei mesmo se quero que existam.
As filosofias não estão mais servindo ou o meu numero de hipocrisias aumentou ou as filosofias que ficaram pequenas.
Nem neste ultimo refugio que é a escrita, nem aqui sinto o minimo de alivio.
Gostaria de ser verdadeiro, mas sinto muito, perdi as esperanças.
Gostaria de lhe pedir um abraço.
Gostaria de lhe pedir para ficar aqui sem falar nada, apenas ficar. 
Gostaria de dizer que preciso do seu calor.
Gostaria de dizer que não quero conversas, que quero o nosso silêncio (ele é a unica coisa que ainda me inspira verdade).
Mas não sei...
O caminho que tanto trilhei já não me serve mais.
Quem sabe agora sem horizontes alguma mudança aconteça.
As palavras estão sumindo.
Espaços de nevoas ocupam lugares em minha mente.
Formam um desenho que lembra algo como uma partitura musical.
As palavras estão sumindo, estão sendo substituídas por vácuos.
A respiração se torna mais interessante.
A caneta para.
A folha cai...

Obs. Mas pelo menos eu tive um espanto. Há tempos que eu não tinha.