quinta-feira, 21 de abril de 2011

No Mundo Incerto



Existe a busca de certezas, mas o sentimento é de perdido.
Ansiar uma direção, mas ela não aparece.
O momento é confuso, horas nebulosas. Não há respostas.
Aventurar-se na esperança, essa que aparece e desaparece, com a mesma facilidade do mágico que ilude o espectador.
Na fé, reduto de um canto do meu inconsciente, cambaleio para lá e para cá.
Não saber o que fazer.
Tudo que é fato tentado, reverbera no ato da ação: espera.
Sensação: tortura, sem datas, sem avisos.
Acorrentado na busca pelo sinal, com a desconfiança de mera ilusão, nascida da ansiedade e criada pelo desespero.
O conhecimento de que nem tudo que reluz é ouro gera mais perigo do que sabedoria.
O pensamento dança com a mente: a vontade de conhecer o não palpável.
A música que toca é a de não cumprir o que tem que ser feito, mesmo não sabendo o que é esse fazer.
A incessante busca olha para o não buscar e ambos apresentam a mesma situação: (indefinida).
Estar no meio e querer gritar: Stop!
Mas o sentido não muda.
O grito interno é de espera.
Forças dissolvem como água escorrendo pelas mãos.
O que fazer? Não sei. Não fazer? Também não sei.
O dilema de Hamlet apresenta-se: Ser ou não ser, eis a questão.
E o que adiantaria ser um Hamlet?
Questionar culpas, covardias, loucuras, amor, talvez.
E no fim, a morte pelo duelo com sua própria crise.
Ok! Superficial perante  um clássico, mas é o que posso no momento.
Sentir-se em um caminho e não saber para onde seguir?
Qualquer migalha de direção transpira alivio.
A vontade resumi-se: me mostre uma abertura.
O corpo recebe na velocidade do mundo todas as cobranças desnecessárias.
Mas que são importantes perante uma sociedade muitas vezes, (vazia).
É um choque entre sentimentos e pensamentos.
O mundo incerto está à espera, não se sabe por que e nem para quê.
No momento, até uma gota de lucidez não saberá que direção seguir.


foto: André Auke.
modelo: Jéssica Fogaça.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Nada



Gosto da tranqüilidade que a alma me traz em alguns momentos.
Sinto o mundo passar em suas variações de velocidades.
E eu aqui, sendo mais nada. E isso é bom.
Nossa! Como é bom.

foto: André Auke