quarta-feira, 27 de maio de 2009

Início de um fim.



Uma promessa com recheio de vidas.
História contada a três.
Conflito sentido em mim, um jogo entrelaçado por nossos desejos.
Nosso presente amargo, feito de memórias doces de um passado.
Apego e paixão dançam entre meu sexo, minha mente e meu coração.
Desejo de odiar para apagar. Apagar o que já foi real e hoje desfalece em ilusão.
Decepção vista de um lugar de olhos fechados. Um antes, remoto. Pernas abertas, peito entregue e olhos vendados.
Quero o que não me pertence. Preciso do que já foi meu.
Um ser que se abre. Outro que se fecha.
Angústias querem entrelaçar no espaço onde a entrega já existiu.
Não ligue. LIGUE!
Não fale. FALE!
Não decida. DECIDA!
Pois o meu ser não se cala diante da covardia.
Que momento é esse?
Preciso de outros, preciso ser outros!
Agir é preciso. Quero a bagunça.
O silêncio me mostrará quem você é.
O silêncio me mostrará o que eu sou.
O silêncio mostrará o que quero.
Vai! Não se mexa.
Não quero descobrir que na história de um amor o final é incerto.
Estou embriagado com o medo. Não quero redescobrir que realmente pensamos ser os reflexos de outros.
Vai!
Não quero descobrir que perdi um outro que criei em você.

Foto:http://br.olhares.com/desencontros_foto2771158.html

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Duas luas nasceram


Duas luas nasceram
Meu amigo se duplicou
Um era são, o outro mudo
Ninguém o via, mas ele se duplicou

Duas luas nasceram
E as pessoas se duplicaram
Lugar de um passado em novidade
De um presente

Duas luas nasceram
E o Agora o céu tem janelas
E elas falam comigo


Duas luas nasceram
E todos são muitos, quase zumbis
Seguindo o que já era existente

E eu...
Caminho e não duplico em uma trilha conhecida
Pessoas agora quadriplicam
Olho para o lado, acima e vejo
Duas luas nasceram



foto: André Auke