segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

TU QUIERES SABER



TU QUIERES SABER, LO QUE TODO EL MUNDO YA HABLA.
TU QUIERES PREGUNTAR LO QUE TODOS YA DICEN
TU NO NECESITAS DE ESO
TU NO NECESITAS DE ESO

SIGA DIFERENTE, PUES ESE CAMINO ES CONOCIDO
TODOS YA FUERON POR ALLI Y CONTINUAN YENDO
TEN CORAJE Y VAYA EN FRENTE
REME, REME SIN MIRAR

LA VERDAD ESTA ANTE TUS OJOS
MUCHOS ESTAN CAYENDO, PORQUE NO CALLAN
EL SILENCIO ES UNA ELECCIÓN
SIENTA LO QUE ERES TU, SIENTA LO QUE ERES TU.


TU QUIERES SABER, LO QUE TODO EL MUNDO YA HABLA.
TU QUIERES PREGUNTAR LO QUE TODOS YA DICEN
TU NO NECESITAS DE ESO
TU NO NECESITAS DE ESO



AHORA LAS COSAS PARECEN CONFUSAS
PERO ES UN MOMENTO DE TRANSICIÓN
ESE HABLAR YA NO CABE EN ESA BOCA
LAS PALABRAS ESTAN PESADAS

TODAS LAS RESPUESTAS FUERON DADAS
TODOS SABEN TODO, PERO SIN COMPRENCIÓN
Y TU TODAVIA QUIERES PREGUNTAR?
Y TU TODAVIA QUIERES HACER PARTE DE ESO?

EL SILENCIO Y EL HABLAR SON ELECCIONES
LLEGO LA HORA DE DECIDIR, REME
YA CONOCEMOS LOS CAMINOS, REME
REME Y SIENTA LO QUE TU ERES.

TU QUIERES SABER, LO QUE TODO EL MUNDO YA HABLA.
TU QUIERES PREGUNTAR LO QUE TODOS YA DICEN
TU NO NECESITAS DE ESO
TU NO NECESITAS DE ESO







foto: http://br.olhares.com/a_humanidade_de_costas_foto2023998.html

terça-feira, 24 de novembro de 2009

UM CONTO QUASE RELIGIOSO


Quando ele poderia ter pensado que exatamente naquela noite teria uma experiência digamos... no mínimo... diferente? Afinal era mais uma festa como qualquer outra e, nela, ele se divertia como normalmente se faz: bebia, flertava, dançava.
Pelas tantas da noite, por razões totalmente naturais e biológicas, resolveu ir ao banheiro.
E ao entrar no banheiro ele viu uma imagem refletida no espelho: um corpo ao meio, virado de costas, imóvel, vestido com uma camisa branca. E lá mesmo no banheiro, ele sentiu o grito sucumbir na sua garganta. Viu que a própria morte estava ali e, com toda certeza, ela o levaria para o desconhecido. Pressentiu que passaria o maior desespero de sua vida. Ficou congelado, com as mãos presas à pia e os olhos estalados no espelho.
Após um tempo aprisionado naquela agonia, seus gritos saltaram de dentro de sua boca. Sentiu como se seu corpo estivesse sendo rasgado por uma navalha. E como um louco abriu a porta, caindo na sala, onde as pessoas estavam em festa e não entenderam nada ao se depararem com aquele sujeito aos berros.
Ele pedia com todo seu desespero para tirarem aquilo dali. Parecia um cão raivoso girando e pulando com os pelos ateados fogo.
Aquela imagem que se apresentava de costas e não mostrava o rosto, que somente ele via, o perseguia.
Ele uivava e sentia o peso de um trator em suas costas. Seus músculos contorciam como se dez cavalos o puxassem. Seus braços esticavam e seu dorso inclinava com uma intensidade que ele não controlava.
As pessoas na sala assistiam passivas àquela cena, enquanto folhas de louro caiam do teto.
Uma mulher negra o observava com um olhar diferente - atenta e cuidadosa.
Um sofá vermelho, pessoas espalhadas em uma sala branca de um apartamento, uma mulher negra e um espectro imóvel de costas, essa era a imagem que girava em seus olhos. E como que por um instinto natural, ele caiu de joelhos em frente daquela mulher.
Seu corpo implorava por ajuda. Sentia-se dominado por uma força que não conhecia.
A energia daquela coisa de costas e meio corpo que não mostrava o rosto ainda o assombrava.
Segurando suas mãos a mulher comunicou a ele:

- É Gabriel que vem depositar sua espada em suas costas. Ele vem para protegê-lo.

Após dizer isso, ela depositou folhas de louro em suas mãos e cabeça.
Ele sentiu seu corpo querendo se livrar daquela tensão, mas o medo ainda envolvia a sua pele.
Um pouco mais lúcido, conseguiu balbuciar algumas palavras:

- É... preciso... rezar.

E assim, convidou todos para uma prece.
A mulher negra que estava em sua frente pediu para mudarem de lugar.
Agora, sentado de costas para aquela imagem, ele sentiu-se melhor. Em silêncio sua prece foi feita.
Foi então que ele percebeu que todos ali também estavam vestidos de branco.

E nem mesmo hoje, ele sabe dizer ao certo o que foi tudo aquilo.


Foto: http://br.olhares.com/um_espelho_de_mim_mesma_foto520233.html

terça-feira, 17 de novembro de 2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Histórias de quintal contadas na varanda



Naquela casa de paredes largas e teto baixo, o rápido se tornou útil.
Na varanda onde a brisa da manhã tem gosto de café morno, o ritmo segue como se pede.
E no agora, o movimento vem de fora. (Quintal de barro).
Quero escrever, mas nada parece ser.
Na minha mente apenas lençóis ao vento. Pontinhos espalhados procurando o seu eixo.
Demonstrações variadas, talvez, de uma estrada perdida.

Penso: uma compreensão é necessária para não se deslocar em vão.

Então, de repente, um salto entre um ponto e outro; sem distâncias entre si. Vejo. Diante de mim a complexidade do crescimento, a plenitude da sabedoria e a impaciência de se estar no meio.
Tudo está ali a poucos metros do meu alcance. Cada qual no seu canto.
Uma pergunta começa a pairar. Se algo permanece e nada muda, quem é esse ser que envelhece e que uma vez foi criança brincando?
Agora, em seus pequenos e curtos passos se desloca até um banco de praça como se fosse aquele menino de antes, na descoberta de um equilíbrio ao colocar um pé após o outro.
Histórias de quintal contadas em varandas.
O tempo se abre, se fragmenta em espasmos alongados. O meio não vê o da direita não sente e o da esquerda perambula.
Não há pré-ocupação.
Talvez apenas respirar, mas isso é...
Sinto saudades, mas saudades e momentos são como nuvens que no céu conta histórias através de suas formas.
Quem sabe entre um desenho e outro se abra uma lacuna onde o tempo pare e realmente se mostre de fato, sem mentiras ou anedotas.
Talvez esse homem saiba agora o que tanto se perguntou. Quem sabe suas respostas tenham pontos finais.
Talvez, ou pelo menos, mesmo sem suas respostas, sente que elas se apresentarão a qualquer instante.
Deve ser por isso a não pressa no seu caminhar, no seu sentar, no seu respirar.
Encostado em um banco de praça, observa diante de seus olhos toda a velocidade do silêncio da vida. Percebe o seu ser homem se dissolvendo, partindo.
E o que para seus olhos era observado se torna percepção.
Ali naquele banco, em um lugar onde o tempo se perdeu, o homem se encontrou.
Deixou de existir, não ocupa mais nenhum espaço, nenhum canto, mesmo ali sentado em um banco de praça.
E na varanda o ritmo continua como se pede. Lá tem janelas que agora querem se fechar, mas só as cortinas obedecem.
E naquela casa onde a criança brincando se tornou homem, que andando se tornou velho e que sentado desapareceu, lá, em seu quintal de barro, nada, nada mudará.



Foto: http://br.olhares.com/

domingo, 27 de setembro de 2009


Vivemos nos dois de lembranças
O medo do presente nos deixa sem fôlego
O querer é um ator tomado, inconsciente, mas libertador e vivo em sua entrega.
Pela escrita vou onde meu coração quer e o corpo suplica, ela me liberta da covardia que carrego na mente.
Suprimo meus desejos em folha branca com tintas vermelhas.
Transpiro, pois minha transpiração são letras soltas que escrevo no corpo. O resultado é um conto bem tocado.
Palavras que agora tem o doce gosto do suspiro e o amargo da espera cintilam reações ao qual não controlo, o que me resta é a prece.
Minha reza tem cheiro, gosto, saliva.
Ela prega um celibato ao inverso.
Somos pastores de uma anti-religião ao qual a esse mundo não pertence.
Ela acredita na matéria, na matéria de nossos corpos e na música que surge, quando a reza é completa.
Uni-vos esse é o único provérbio.
Não existe busca, existe entrega.
Vejo pontos de reticências à espera de uma nova linha.
Por isso o corpo que é folha, tem que querer ser escrito.


foto:http://br.olhares.com/uma_sede_de_ti_que_nao_se_acalma_foto1066245.html

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Dois idiomas a caminho de uma escrita



Faltava apenas duas semanas para minha viagem. Destino: Espanha. A tão sonhada volta. Um reencontro me esperava. Cinco anos de relação e um de distância. Saudades que apertavam o coração. Lembranças de momentos guardados em fotografia.
Desde o início sabíamos que nossas promessas seriam cumpridas. O sonho de compartilharmos algo juntos estava muito perto, exatamente há algumas horas. Foi válida tamanha paciência.
Aqui no Brasil, apenas algumas papeladas finais. Despedidas de amigos e alguns familiares, que não são muitos. Essa é a vantagem de ser uma pessoa mais reservada.
Vender algumas coisas e, claro, as malas. Mas para isso ainda havia tempo.
Precisava finalizar um último trabalho, afinal, uma graninha extra para viagem caia bem.
País novo, novos trabalhos, nova vida, relacionamento antigo, medo!
Nesta sexta-feira à noite, enquanto estava conferindo alguns documentos, o telefone tocou. Atendi. Algo aconteceu na minha percepção de espaço-tempo. Comecei a sentir um frio estranho que vinha do centro de minha barriga e que aos poucos começava a se espalhar para todo o corpo.
Sentei, pois não agüentava meu próprio peso.
Vejo a imagem de um avião decolando e eu no meio da pista em pé. Escuto ao longe uma voz dizendo meu nome, então sou puxado da pista para o sofá da minha sala com o telefone nas mãos.

- Papai sofreu um derrame, está em coma!

Desligo o telefone. Faço três ligações: Espanha, aeroporto e um táxi. No caminho do hospital sinto. Apenas sinto tudo. Tudo em dois idiomas.

foto: http://br.olhares.com/de_malas_e_bagagem_foto433601.html

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Vinho Francês


Clara é mais uma de tantas mulheres que vive em seu mundo paralelo criado para suprir as necessidades que à sua pseudo-realidade não convém.
Clara poderia ter entre seus 28 a 30 anos, morena, olhos cor de amêndoas, uma estatura perfeita: nem alta nem baixa. Trabalha em qualquer uma dessas profissões liberais. Sempre dona de seu nariz, desde cedo se bancou em todos os sentidos. Uma mulher digamos... independente, batalhadora, durona.
Clara já é mãe, mas de outros casamentos. Talvez por essas antigas experiências, tenha se decidido por uma relação um pouco diferente. Talvez. Isso é uma hipótese.
Mantém um relacionamento já alguns anos com seu namorado-marido, isso porque não dividem o mesmo espaço sempre. Uma relação de muita paixão como todas, principalmente no inicio como todas são, claro. Seu namorado-marido também trabalha em mais uma dessas profissões liberais.
Mas agora, após alguns anos de relação, Clara se sente um pouco confusa. Algumas imagens e vontades de um passado perturbam sua mente. Sabe
aqueles momentos onde o inconsciente e o consciente dialogam com bate-papos em uma esquina? Aquelas lembranças antigas não paravam de cutucá-la na calada da madrugada, nos momentos solitários.
Ah! Não posso deixar de dizer que seus pensamentos causavam reações muito presentes em seu corpo, a tal ponto que, às vezes, era necessário um banho para ver se elas acabavam escorrendo pelo ralo. Não porque ela considerasse isso sujo, mas Clara precisava voltar às suas obrigações.
Ela não estava conseguindo seguir os seus dias tranquilamente. Criava esses mundos paralelos e vivia algumas vezes lá e outras aqui. Digo “viver” porque esse passado, como já mencionado, trazia reações tão reais que se transformava em presente.
Mas como ela poderia imaginar que um simples jantar se transformaria nessa armadilha em sua mente?
Afinal, naquela noite de julho tudo começou timidamente, com alguns olhares perdidos entre a cozinha e a copa.
Pequenos toques que eram provocados com certo medo. Tudo aquilo era muito estranho para ela.
O jantar seguiu numa atmosfera envolvente. Muita conversa. Palavras jogadas eram intercaladas com pequenos silêncios perturbadores.
Talvez o vinho já tivesse dado aquele ar de liberdade, pois agora, Clara não mais fugia dos olhares e sim os provocava. Muito mais direta e cheia de intenções. Novamente o tal silêncio. Só que este era longo, muito longo.
Pequenos movimentos de aproximação, pequenos toques suaves e deslizantes começaram a ser manifestados.
Um calor tomava conta desses dois corpos, a mistura de medo, ansiedade e vontades. Uma pequena tontura, talvez pelo vinho. Um beijo. Dois lábios se tocando com uma ardente entrega. Agora não poderiam mais parar. Eram tomados só de desejo, talvez o puro instinto que os comandava.
Do beijo para dois corpos nus, jogados, enlaçados ao chão de uma sala.
Suas bocas já não se procuravam mais, porque agora toda pele era alimento. Formas geométricas, outras desconexas, uma dança selvagem: esta era a cena.
Tudo envolvido pelo perigo de seu marido, ou melhor, seu namorado-marido chegar, afinal era um daqueles dias em que às vezes ele aparecia por lá.
Mas a loucura daquele instante era pura comunhão em um êxtase divino. Seus corpos já eram banhados com a mais pura satisfação. Os dois agora, estáticos, deitados. Seus sexos e seus olhos apontados para o teto. No pensamento, nada. No corpo, o cheiro - resultado de seus desejos.
Aquela noite de julho terminou com um banho e muito silêncio.
E agora todas essas sensações começavam a voltar repentinamente em sua memória.
Até esse momento Clara não entendia o porquê dessas lembranças. Mas, ao abrir sua caixa de e-mail nesta manhã entendeu tudo.

Bela Clara,
Paris é linda. Adorei toda minha experiência por aqui, mas a saudade é grande.
Não vejo a hora de encontrá-la novamente.
Volto ao Brasil nesta semana.

De alguém que nunca te esqueceu,
Paula.

P.S.: Trago na mala um delicioso vinho francês.

Fim.

foto:http://br.olhares.com/vinho_a_luz_de_velas_foto993508.html

terça-feira, 25 de agosto de 2009

AQUALUNG


Ele estava sentado na mesma cadeira, na mesma padaria de sempre, a mesa localizada ao lado de uma parede com aquelas pinturas que querem ser modernas.
O pedido de sempre; uma xícara de café preto.
Entre um gole e outro um pequeno silêncio estacionava na sua mente.
No Ipod ondas sonoras que seu ouvido decodificava como Jethro Tull, faziam pular do silêncio presente para um passado cheio de lembranças, onde a própria musica tinha gosto, cheiro, sentimentos, uma viagem de nostalgia sensorial. Mas um gole de café, agora momentos sem pensamentos alternavam com uma percepção interna de seu corpo. Alguns órgãos uma leve vibração, mas o interno estava mais identificado com um extremo vácuo, uma imensidão sem fronteiras, outro universo talvez.
Passado algum tempo, minutos, talvez segundos, tudo muda.
Seu olhar agora está fora; as pessoas, seus movimentos. Ele olha e não há julgamento, mas só uma curiosidade infantil. Era até engraçado ver todo aquele balé mecanizado, movimentos talvez combinados, talvez instintivos, pré-programados, como os meus e como os seus.
De repente um olhar e outro cruzam com o seu, migalhas de uma conexão mais direta, mas tudo passagem.
Quantas relações, quantas vidas, quantos corações.
Ele não estava esperando nada, ninguém, estava ali à vontade consigo.
Observando qualquer coisa que acontecia, tomando notas às vezes, brincando de escritor.
Alguns desejos e vontades pairavam como nuvens lentas que horas eram interrompidas pelo tal vácuo, que trazia certa tranqüilidade, comparada àquelas que procedem no mar, após uma forte tormenta.
Mais um olhar, conexões.
Quantos olhares uma imagem sem movimento pode atrair em um curto tempo de espaço?
E a flauta melódica e selvagem do Jethro Tull faz o pano de fundo da cena.
Ele escreve, anota, risca aqui, concerta ali e mais um olhar o cruza, mas uma passagem, mas um passageiro.
O café acaba, ele levanta, paga a conta, olha e segue adiante, um próximo momento o espera.
Talvez um blues, talvez uma bossa nova, talvez...



foto:http://br.olhares.com/caderno_de_viagem___um_cafe_em_praga_foto571002.html

sábado, 27 de junho de 2009

Coisas acontecem neste momento.


Coisas acontecem neste momento.
E você que está aqui sabe!
Uma confusão se materializa na imagem de uma tormenta.
O errado e o certo duelam na corda bamba de um circo qualquer. Sem redes.
Aguardando o desfecho final, o barco continua navegando
O passageiro dentro de sua viagem nunca saberá onde será a próxima parada.
Em momentos observa, em outros momentos está tão mergulhado que... Ahhhh!
Quantos sonhos precisarão repetir para realmente ver?
E o cortejo não para. Não, ele não para.
Mas algo não move, não é da sua natureza.
E você sabe! Pois você está aqui também.
Certa vez ouvi que os pensamentos eram como o vento e o verdadeiro eu como o Universo.
Certo dia eu ouvi...


quarta-feira, 27 de maio de 2009

Início de um fim.



Uma promessa com recheio de vidas.
História contada a três.
Conflito sentido em mim, um jogo entrelaçado por nossos desejos.
Nosso presente amargo, feito de memórias doces de um passado.
Apego e paixão dançam entre meu sexo, minha mente e meu coração.
Desejo de odiar para apagar. Apagar o que já foi real e hoje desfalece em ilusão.
Decepção vista de um lugar de olhos fechados. Um antes, remoto. Pernas abertas, peito entregue e olhos vendados.
Quero o que não me pertence. Preciso do que já foi meu.
Um ser que se abre. Outro que se fecha.
Angústias querem entrelaçar no espaço onde a entrega já existiu.
Não ligue. LIGUE!
Não fale. FALE!
Não decida. DECIDA!
Pois o meu ser não se cala diante da covardia.
Que momento é esse?
Preciso de outros, preciso ser outros!
Agir é preciso. Quero a bagunça.
O silêncio me mostrará quem você é.
O silêncio me mostrará o que eu sou.
O silêncio mostrará o que quero.
Vai! Não se mexa.
Não quero descobrir que na história de um amor o final é incerto.
Estou embriagado com o medo. Não quero redescobrir que realmente pensamos ser os reflexos de outros.
Vai!
Não quero descobrir que perdi um outro que criei em você.

Foto:http://br.olhares.com/desencontros_foto2771158.html

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Duas luas nasceram


Duas luas nasceram
Meu amigo se duplicou
Um era são, o outro mudo
Ninguém o via, mas ele se duplicou

Duas luas nasceram
E as pessoas se duplicaram
Lugar de um passado em novidade
De um presente

Duas luas nasceram
E o Agora o céu tem janelas
E elas falam comigo


Duas luas nasceram
E todos são muitos, quase zumbis
Seguindo o que já era existente

E eu...
Caminho e não duplico em uma trilha conhecida
Pessoas agora quadriplicam
Olho para o lado, acima e vejo
Duas luas nasceram



foto: André Auke

quinta-feira, 23 de abril de 2009

DES ou não SER



Tudo que digo não sei por onde anda
Quero o silêncio porque me completa
Ser muitos que passam e ser o que fica
Não contenho nada desse resto que me é dado

Sei quem você é, pois sei quem sou
Mas mesmo assim eu me perco
Por horas, nesse vácuo de todos
Teorias me levam ao acaso

Quero o simples porque me completa
Em tardes de outono sou poesia
Bares e café, sou um Deus à espreita
A escrita me define e as palavras não me sustentam

Ser o que não interessa
Não precisar DES nada
(DES necessário, DES complicado, DES falecer, DES aparecer, DES mistificar, DES, etc. etc.)
O que me completa não tem DES e nem SER.


foto: André Auke

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Uma Palavra só.




A porta entre aberta.
Nossos olhos bebem um querer.
Meu coração suspenso.
A razão foge você vai.

Quando a coragem é mais forte
que um desejo?
Queria dizer para você,
mas tenho medo.
Mas tenho medo.


Nossa verdade está perto.
Nosso tempo é tão pequeno.
Eu não posso esperar.
Você vem e o medo vai.

Quando a coragem é mais forte
que um desejo?
Queria dizer para você,
mas tenho medo.
Mas tenho medo.


Quando a coragem é mais forte
que um desejo?
Queria dizer para você,
mas tenho medo.
Mas tenho medo.



quinta-feira, 12 de março de 2009

Ontem a tarde...



Ontem à tarde a lua veio até mim.

Ontem à tarde ela desceu na terra para falar comigo.

Foi uma fração de segundos, mas ela falou comigo:

Segundos aqui, pois neste momento de tempo o tempo não existia.

Era em uma tarde onde o sol reinava, mas até ele cedeu aos encantos desse instante.

Uma comunicação sem fala, sem palavras, apenas o barulho do coração, batendo o ritmo de uma respiração alerta.

Com um olhar, apenas um olhar e a lua veio a terra falar comigo.

quinta-feira, 5 de março de 2009


Quero mais é poesia,


pois a razão só serve para fazer conta...


Se fosse pelo menos um faz de conta de criança...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Nada é por acaso




Naquela Noite De Estrelas
Eu Tinha Uma História
Para Ouvir,
Pedaços De Uma Oração

Rezamos Pelo Invigiável (Não Vigiável)
Entre Linha Dizemos
Coisas Do Coração


O Copo Cai. O Líquido Escorre
Tudo Vazio De Novo
Nada É Por Acaso
Tudo Vazio De Novo

A História É Uma
Voz Que Não Atende
Em Um Livro De Água
Escrito Em Páginas De Óleo


Uma História Curta
Como O Fogo De Uma Vela
Queimando À Distância
O que as estrelas já Diziam.


O Copo Cai. O Líquido Escorre
Tudo Vazio De Novo
Nada É Por Acaso
Tudo Vazio De Novo

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Cavalo Alado



Aqui do alto onde estou, percebo tudo. Tudo é como uma visão.
Quantas mentiras, tantas ilusões, poucas coisas sobram. Incrível!
Era para ser difícil ver isso, mas tudo é tão claro que se torna fácil.
Isso não muda a essência dos meus sentimentos. Eles estão lá, todos presentes. Mas por fora, grandes correntes.
É quase difícil achar um modo diferente.
Parece que tem até um porquê de ser assim.
Será?
Aqui, estou livre como gosto.
Sou um cavalo, mas alado. O meu destino não é correr, e sim voar.
Sou instinto no corpo de cavalo, sou sentimento em pele selvagem.
Daqui do alto tudo é tão claro. Quando desço me torno denso. Tudo lento e espesso.
Preciso de alimento, preciso de vento.
Vem, suba bem alto. Quero te mostrar. Daqui do alto tudo é tão claro.
Vejo tudo e todos. Quanto engano, quanto apego. Mas meus sentimentos estão lá.
Quando desço crio areia em minhas asas.
Gostaria que você me acompanhasse, mas daqui tudo é tão claro: só voa alto quem não tem areia nos braços.
Cubra meus olhos, mas não me empeça de voar.
Sou um cavalo alado, nasci para o ar. Na terra sou passagem.
Se quiser eu te levo. Minha casa não tem estradas e nem fronteiras.
Mas por favor, para voar comigo, deixe as raízes no chão.