Há águas que trazem lágrimas que enxáguam a casa, a vida, inundam a esperança.Por fora, molha. Por dentro, seca.
Enxurradas em uma cidade.
A culpa escorre por todos os lados: político e cidadão.
Em São Paulo todas as águas correm para o mesmo lugar, mas ainda não são suficientes para lavar a vergonha e deixar bem limpo a consciência.
Um papel voa ao vento, dança até o sopro tomar outro rumo.
A janela automática de um Mercedes, a manual do ônibus, a horizontal do trem, todas são a mais pura visão da ignorância.
Hoje em uma rua choro, vendo os meus sonhos escorrerem ladeira a baixo como um barco. Ontem, sorrindo, ensinei meus filhos a contribuírem com o resto de seu doce...Hoje pela televisão digital de plasma, sinto dó de um tipo de povo que nada onde era para andar. Ontem, a minha preguiça mórbida contribuiu...
Em São Paulo todas as águas correm para o mesmo lugar.
foto: André Auke
Em São Paulo todas as águas correm para o mesmo lugar.
foto: André Auke