terça-feira, 9 de outubro de 2007

“Há os que se levantam e fazem,
e há os que sentam e choram.”
( Mestre DeRose).


Gasto um espaço do meu tempo a observar as pessoas ou ocasiões, que me mostrem esse exemplo, onde a superação se faz presente.
Casos onde quase todos se dariam o direito de sentir pena de si mesmos e deixar o fantasma do vitimismo assombrar, a autopiedade vestida de linda moça, convençendo-o sensualmente.
A mais bonita e frágil carência infantil, vir à tona e fazer do seu eu-adulto: Um carrinho de rolemã.
Tudo isso, assistido por uma platéia ferveroza de tourada espanhola lhe dizendo em coro grego:
“Coitado, que pena que dá. Oh! Que dó”.
Mas não! Certos seres humanos me mostram, sem mesmo me cobrarem, a grandeza das grandezas. Onde me pergunto como pode algo frágil ser forte? Um antagonismo que martela e quebra minha mente em cacos; pela não capacidade de compreensão. Pois compreender algo tão simples está além.
Mesmo montado no rabo de um cometa não alcançaria.
Mas ao fechar os olhos: Lá está, perto da alma e longe do tato.
Vejo esses homens e mulheres que teriam todo apoio da pláteia fervoroza, para sentarem e chorarem. Mas sua alma escolhe levantar e suas mãos, fazer.
Lembro-me e fortaleço-me nesses exemplos.
Para quando o meu vitimismo e seus derivados unirem-se com as minhas pláteias espanholas, que eu consiga manter a escolha de sempre levantar e fazer.
E quando sentar, que seja para tomar folêgo; quando chorar, que minhas lágrimas sejam a representação física de um estado de contentamento.
Esse não é um depoimento de acertos e pontos, ma sim de erros. Vários erros que me conduzirão ao acerto e traços como passos que dou em uma linha contínua que nunca sei ao certo qual será o seu fim.


Só sei, que vou seguir.


03/05/2006. Noite.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

C A C O S


Um parto me faço e parto em pedaços de cacos que se juntam a cada passo, dentro de um

quarto.

Para lá e para cá um parto a cada passo, apenas um pedaço para cada lado.

O dia define o parto em pedaços e a noite traz a forma do que por um momento foram

cacos. E assim que vai o dia e assim que passa a noite: de pedaços que partem em cacos e

voltam à forma, para que no outro dia o parto se faça.

E aqui eu me parto, bom dia

OU aqui eu me enquadro, boa noite.
foto: André Auke
modelo: Jéssica Fogaça