segunda-feira, 30 de julho de 2007


As idéias já nascem mortas...

Às vezes sou um pássaro


Às vezes sou um cemitério

... o que tem eu com as idéias.

domingo, 15 de julho de 2007

Verdade de um semáforo


O menino sentado no colo da mulher que é mãe-senhora, sentada no colo da árvore que amamenta sua cria, sua vida.
Cena bonita e poética a não ser pelo próximo momento.

Mão estendida pedindo perdão: por favor, uma esmola, pois trabalho não tenho não.
Minha dignidade é a minha cara lavada com as oportunidades que foram fechadas.

Peço porque tenho medo.

Peço porque tenho ventre.

Peço porque alimento.

Peço um pouco de respeito, pois o meu perco um pouco a cada não, a cada tombo, a cada romco de um estômago em depressão.
As escolhas talvez me foram apresentadas, mas nem na minha escola e nem na minha casa me foram dados os óculos para enxergá-las.

- É minha senhora, agora tens um filho para ensiná-lo o que a você nunca foi dito.
O que te sobras é essa coragem, mulher; produto escasso no mercado.
Pena que não possa vender para comprar o seu pão, o seu leite, o teto. Seu direito de mãe, mulher, amante, seu direito de ter RG.

REGISTRO DE GENTE.

Gente; quanto respeito ausente com um ser que é nosso parente!
A diferença está na mente dos que mentem dizendo que são diferentes.
Tantas esmolas sendo dadas e o respeito que é bom

Naaadaaaa.

Na piscina da omissão.

sexta-feira, 6 de julho de 2007


Eu acho que algumas verdades devem ser ditas de formas indiretas, pois caso contrário ditas de

formas diretas, podem causar uma dor de corte de navalha. São poucas as pessoas que agüentam um
corte sem ao menos sangrar uma lagrima.

Hei! Cuidado para aonde você aponta sua navalha, pois este instrumento manuseado de forma errada, pode causar um talho em seu dedo.
E a sua verdade vai aparecer.


terça-feira, 3 de julho de 2007

Segundos...


Ah!

Que vida mais bela que em tantos momentos me dá de presente encontros que são quase um poema.
Sentado cá estou e por um instante, em segundos, olhares se cruzam. Vejo os raios do sol em noite de neblina, a possibilidade do paraíso perante centímetros.
Vejo então como a natureza é linda, todos os contornos perfeitos. Desfecho de um arquiteto maestro.
Poucos segundos em sabor de minutos: te dispo e te beijo.
Desejo, pele, gozo, essa é minha oração.
Corpo parado e todo meu ser em excitação, morro neste instante por apenas um toque, somente um toque.
Quero ser gota que molha o botão de flor que desabrocha.
Perfume que sinto e louco quase fico. O pouco de consciência que me resta e por ela que fico aqui, sentado e estagnado.
Logo após vem o romper dos olhares, para que tudo não passe de uma coincidência.
E lá fico. Eu alimentado com as rebarbas de um prato de vontades.
Novamente sinto aquela sensação; corpo em alerta, pupilas se dilatam, ouvidos se fecham, espinha ereta.
Ah! Não posso mais acreditar em coincidência, tudo agora é um dejá-vù, com a certeza de que de onde vem a minha inspiração vem também um desejo, ou pelo menos o interesse é suspeitado.
Existe agora a confirmação. O que traz consigo a precisão do disfarce.
Mesmo que ao olharmos somos carregados para outro espaço, dentro do real estamos cercados.
Onde a realização desse desejo não existe sem o preço amargo do conflito.
A realidade agora me consome, mais ainda sinto o carinho da esperança que não vinga.
Onde o sonho fica na memória do desespero dos lábios. Como o mendigo à espera da esmola.
Com o olhar te desejo, com olhar te possuo e me entrego e com olhar escrevo, migalhas que me restam desse amor de segundos.



domingo, 1 de julho de 2007

Inteligência



Eu sou inteligente.
Inteligente, mas não do seu jeito.

Inteligente do meu modo de ser inteligente.

Tamanha minha inteligência que precisaria de uma junta de especialistas em inteligência para decifrar o ser inteligente que sou.

Como é difícil às vezes ser inteligentemente diferente.

Viver em um mundo onde inteligente é: estar dentro de padrões, formas e comportamentos ditados como inteligentes naquele momento.
É preciso ser muito inteligente para entender como nossa
inteligência condicionada nos empurra para situações não-inteligentes.

Eu sou Inteligente?

Meus pais eram inteligentes?

Meus filhos serão inteligentes?

Talvez, dependerá da inteligência de adaptação para as últimas tendências. Como camaleões inteligentes que se camuflam para sobreviverem em uma natureza que é inteligente.

Meu inteligente é: (dois pontos)

Saber que sou, inteligente, pois sou diferente e por isso sou igual a qualquer ser que ao nascer, nasce com o dom de ser inteligente.